Canho

Este Um Pé de Quê? nos mostra o Canho, mais conhecido pelo nome que deram a ela na África do Sul: marula. Você vai ver que em Moçambique esta árvore faz parte da revalorização da cultura ancestral dos povos africanos.

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Canho

marula, amarula

Nome científico
Sclerocarya birrea (A. Rich.) Hochst.

Família
Anacardiaceae

Características morfológicas:

Árvore mediana, de 9-12 m de altura, podendo alcançar 18 m, de copa arredondada e densa.

tronco curto, de até 120 cm de diâmetro, de casca acinzentada, dotada de escamas circulares.

folhas compostas, de 8-38 cm de comprimento, dotadas de 3-18 pares de folíolos, elípticos, de 1-9 cm de comprimento por 0,5-3,5 cm de largura, e de margem denteada.

flores de 4-6 mm de comprimento por 2,5-4mm de largura, as masculinas,de 10-30 estames, agrupam-se em número de 3-4 por cacho, de 5-22 cm de comprimento, são vermelho-escuras quando em botão e rosadas ou brancas quando desabrocham; já as femininas, em número de 1-3 por cacho, apresentam 4 pétalas enrugadas, e um comprido e brilhante ovário, sustentam-se em longas hastes de sustentação e também passam da coloração vermelho-escura para branca quando desabrocham.

fruto sustentado por uma haste de 1-1,5 cm de comprimento, redondo a oval, de 3-3,5 cm de diâmetro, de casca amarela, espessa e com a consistência de um couro macio, de polpa translúcida, suculenta, viscosa, adocicada e bem colada ao caroço de 2,5-3 cm de comprimento por 1,5-2,5 cm de largura, duro, revestido por um tecido fibroso, dividido em compartimentos e dotado de 1-4 sementes em seu interior.

semente achatada, do tipo amêndoa, de 15-20 mm de comprimento por 4-8 mm de largura, revestida por um tecido fino e marrom.

floração ocorre durante a estação seca, quando a árvore perde sua folhagem, o que no sul da África acontece no período maio-outubro. Os frutos amadurecem na estação das chuvas, entre os meses janeiro e fevereiro.

uso/árvore econômica e culturalmente importante em muitos países da África tropical.

uso/madeira leve, castanho-avermelhada, macia, grande diametralmente e fácil de se trabalhar. Empregada no fabrico de pilões, tigelas, instrumentos de percussão e manufaturas em geral. Também provém boa lenha. Em 1962 foi suspenso, na África do Sul, o comércio desta madeira, a fim de se proteger a espécie.

uso/outras utilidades o principal produto é o fruto, de polpa comestível, que pode ser consumido ao natural, na forma de sucos, doces e geléias, e como bebida alcoólica, podendo ser fermentado (cerveja de amarula) ou destilado (licor de amarula). As amêndoas contidas no caroço também são consumidas cruas e utilizadas em receitas de bolos e biscoitos, e como tempero. O óleo extraído das sementes é empregado como conservante de carne, óleo de cozinha e também faz sucesso na indústria de cosméticos africana, na hidratação da pela. Da casca do tronco retira-se uma fibra, com a qual se faz boas cordas. A medicina popular local emprega a casca do tronco e das raízes, e as folhas para tratar doenças infecciosas e parasíticas, problemas digestivos e machucados em geral.

obtenção de sementes Recolha os frutos maduros do chão, pois os frutos caem espontaneamente quando ainda estão verdes. Retire a polpa em água corrente. Deixe os caroços imersos em água recém-fervida por 24 horas antes da semeadura, para a quebra de dormência, ou perfure o “umbigo” do caroço. A imersão em água fria durante 48 horas que antecedem a semeadura é o tratamento mais aconselhado.

produção de mudas Coloque os caroços para germinar em canteiros, contendo substrato organo-arenoso e bem-drenados. Irrigue 2 vezes ao dia. A emergência ocorre em 16 dias, com 50-80% de índice de germinação para as sementes frescas e tratadas. As mudas devem ter suas raizes podadas mensalmente e, neste momento, devem ficar à sombra por 2 dias. Após 11 semanas, as mudas terão alcançado 20-30 cm de altura e poderão ir a campo. A planta se desenvolve rapidamente, chegando a medir 3,5 m de altura em 8 anos. Também é possível produzir mudas a partir de métodos vegetativos, com a estaquia e a enxertia.

referêcia bibliográfica Nerd, A. and Y. Mizrahi. 1993. Domestication and introduction of marula (Sclerocarya birrea subsp. Caffra) as a new crop for the Negev desert of Israel. p. 496-499. In: J. Janick and J.E. Simon (eds.), New crops. Wiley, New York | “Sclerocarya birrea ssp. Caffra” in “AgroForestryTree Database”. Publicação Eletrônica: Internacional Center for Research in Agrofprestry – ICRA, World Agroforestry Centre | “Sclerocarya birrea (A.Rich.) Hochst.” in “Prota 4U Web Database-Protabase”. Publicação Eletrônica: Plant Resources of Tropical Africa – PROTA | BURKILL, H. M. “Sclerocarya birrea (A.Rich.) Hochst.” In “The Useful Plants of West Tropical Africa\". 1985: Royal Botanic Gardens, vol. 1.

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