Mulungu

Até o século XIX, a paradisíaca ilha de Fernando de Noronha já tinha sido ocupada por portugueses, holandeses e franceses. A localização estratégica aos poucos fez dela uma fortaleza militar. A instalação de um presídio completaria o quadro: o paraíso virou prisão. Nesse processo, uma árvore quase foi banida da ilha: o Mulungu. Por possuir características que, acreditava-se, beneficiavam as fugas, ela tornou-se persona non grata no paraíso.

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Mulungu

suinã, canivete, corticeira

Nome científico
Erythrina velutina Willd.

Família
Fabaceae

Características morfológicas:

Árvore espinhenta, de até 15 m de altura, de copa arredodada.

tronco reto a levemente tortuoso, de 40-80 cm de diâmetro, de casca espessa, lisa e levemente áspera.

folhas compostas por 3 folíolos triangulares, de 6-12 cm de comprimento por 5-14 cm de largura, de coloração verde-clara e consistência do papel, revestidas por uma penugem feltrosa, e sustentadas por uma haste de 6-14 cm de comprimento.

flores protegidas por um cálice em forma de espata, de 6-10 mm de comprimento por 8-14 mm de largura, dotadas de uma pétala diferenciada, normalmente alaranjada ou vermelho-viva, elíptica e maior, de 3-5 cm de comprimento, e reunidas em número de 3 por cacho, de 12-20 cm de comprimento.

fruto curvado e pontiagudo, do tipo vagem sem divisões internas, dotado de 1-3 sementes.

semente oval, de 12 mm de comprimento, bicolor, de coloração vermelho-escura e vermelho-alaranjada, dotada de um pequeno “umbigo” ao centro, como um feijão.

floração ocorre entre os meses de agosto e dezembro, quando a árvore fica nua de folhagem. Os frutos amadurecem no período de janeiro-fevereiro.

uso/árvore em flor é extremamente ornamental, prestando-se magnificamente para a arborização urbana e para o paisagismo em geral. Muito utilizada para sombreamento de cacaueiros.

uso/madeira leve, macia e pouco resistente aos agentes decompositores. Empregada apenas na confecção de tamancos e jangadas, brinquedos e caixotaria.

uso/outras utilidades Cruas ou cozidas, as flores dessa espécie são comestíveis, além de serem muito visitadas por beija-flores. Quando maceradas, as flores do mulungu produzem uma tinta amarelo-avermelhada, que pode ser usada para tingir panos. As sementes pelo seu belo colorido, prestam-se ao artesanato, à confecção de colares, pulseiras e brincos. Contudo, as sementes têm ação venenosa, mesmo letais, quando em quantidade suficiente. O alcaloide eritrina, contido na casca e na semente do mulungu, tem poderosa ação nos nervos, causando sua paralisia. Quando macerada, a casca tem ação hipnótica e narcótica. Com base na tradição popular, são atribuídas às preparações de sua casca propriedades sudorífica, calmante, emoliente e peitoral, e ao seu fruto seco, ação anestésica local. Na forma de cigarro, o fruto seco serve como anestésico odontológico. A infusão da casca é empregada como sedativo e calmante de tosses e bronquites, bem como no combate a verminoses e no tratamento de hemorroidas. É também curativa nas picadas de lacraia

obtenção de sementes Colher os frutos da árvore, quando iniciarem a abertura e queda espontâneas, ou recolhê-los diretamente do chão. Levá-los ao sol para completarem o processo de liberação das sementes.

produção de mudas Colocar as sementes para germinar em recipientes individuais contendo substrato organo-arenoso. Irrigar diariamente. A emergência ocorre em 10-25 dias e a taxa de germinação geralmente é alta. As mudas ficam prontas para o plantio definitivo em menos de 4 meses. O desenvolvimento da planta do campo também é rápido, alcançando 3,5 m de altura em 2 anos. A espécie também se reproduz por estacas. O desenvolvimento das plantas no campo é moderado.

referêcia bibliográfica Carvalho, Paulo Ernani Ramalho. “Mulungu (Erythrina velutina) – Descrição botânica”. Agência de Informação EMBRAPA, Espécies Arbóreas Brasileiras. Publicação Eletrônica | LORENZI, Harri. “Árvores Brasileiras Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil”. Vol. I. Editora Plantarum, Nova Odessa, São Paulo, 1992, p.206

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