Dendê

Os africanos que vieram como escravos para o Brasil no século XVI conseguiram trazer consigo um pouquinho de sua terra natal: o Dendê. As tradições negras foram se consolidando por aqui e, no século XIX, a palmeira já era amplamente cultivada para a produção do óleo de dendê, tempero consagrado da nascente e miscigenada cozinha brasileira. Essa é a história deste Um Pé de Quê?

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Dendê

dendezeiro, palmeira-de-óleo-africana, palma-de-guiné, palma, dendém, palmeira-dendém ou coqueiro-de-dendê

Nome científico
Elaeis guineensis Jacq.

Família
Arecaceae

Características morfológicas:

Árvore palmeira solitária de 15-20m de altura.

tronco espesso, escuro, sem ramificações e marcado de cicatrizes deixadas por folhas antigas.

folhas parecidas com uma pluma, levemente arcadas, de 3-4 m de comprimento, distribuídas no topo da árvore em número de 30 por coroa. A base das folhas contém espinhos curvados nas margens.

flores pequenas, creme-amareladas, reunidas em espigas que se sustentam em curtos cachos, de aproximadamente 20 cm de comprimento, fixados próximos ao tronco, sob a base das folhas. As flores masculinas e femininas são produzidas separadamente na mesma planta.

fruto oval, liso, duro e brilhante, do tamanho de uma azeitona pequena, nasce em cachos, na cor preta e quando está maduro alcança uma cor que varia entre o amarelo forte, o alaranjado e o vermelho rosado. Devido à abundancia de frutos nos cachos, o fruto se comprime e se deforma. A polpa fibrosa não passa de 2 mm de espessura, podendo, em algumas variedades, estar ausente.

semente pequeno caroço negro, que ocupa totalmente o fruto, no interior do qual encontra-se um coquinho esbranquiçado.

floração dura o ano inteiro. A maturação dos cachos ocorre ao longo de todo o ano e os intervalos de colheita devem ocorrer de 10 a 15 dias.

uso/árvore originária da Costa Ocidental da África, é considerada pelas religiões tradicionais africanas, o candomblé e o culto de Ifá, uma árvore sagrada.

uso/madeira os troncos derrubados, resultantes de replantios, podem ser transformados em móveis e artesanato.

uso/outras utilidades Do dendezeiro utiliza-se o fruto, cachos vazios dos frutos, cascas da amêndoa (caroço) e tronco. De seu principal produto, o fruto, extrai-se o óleo de dendê, para fins alimentícios, utilizando-o na elaboração de margarinas, gorduras, gelatinas, óleos de cozinha etc; para fins farmacêuticos, graças a suas propriedades antioxidantes; para fins industriais, no fabrico de sabões, xampus, velas, tintas, emulsificantes, e na obtenção de oleína, glicerina, ácidos graxos etc. Recentemente estuda-se a aplicação comercial e efetiva do óleo de dendê na produção de biodiesel. Da semente do Dendê, consegue-se o óleo de palmiste, que é esbranquiçado e quase sem cheiro e sabor, mais refinado e disputado por essas mesmas indústrias. Da extração do óleo de palmiste resulta a torta de palmiste que contém 18% de proteína que pode ser usada na alimentação de animais ou ser usada como adubo orgânico para plantas. Os cachos de frutos vazios, as fibras e casca das amêndoas podem atuar como combustíveis nas caldeiras, bem como serem usados para geração de energia elétrica. Sua aplicação nas religiões tradicionais africanas, inclui o uso da folhas na confecção das franjas do “mariwo”, as cortinas sagradas que têm por finalidade resguardar e separar o sagrado do profano, e o uso do coco do dendê como oráculo de Ifá. Além disso, as fibras das folhas e cacho de frutos vazios podem ser processados para confecção de cordas, cestos, artesanatos etc.

obtenção de sementes Os frutos devem ser colhidos tão logo começarem a cair no chão. Devido à dormência das sementes, que resulta em baixa taxa germinativa, deve-se induzi-las à germinação através de um complexo processo de hidratação das sementes, de secagem à sombra e de controle térmico e de oxigenação das estufas. Recomenda-se adquirir sementes pré-germinadas com a Embrapa de Manaus, para garantir melhor taxa de germinação.

produção de mudas Selecionar, dentre as sementes pré–germinadas, aquelas com tamanho de 10-15 mm para semeio imediato em sacos de polietileno escuros e espessos, com terriço de mata e furos para escoamento de água. Mantê-los em ambiente semissombreado. Após 4 meses a muda deve apresentar 4 folhas, estando apta para plantio em canteiro a céu aberto, localizado em terreno plano não encharcável e de boa aguada. O solo deve ser argilo-arenoso, rico em matéria orgânica. Recomenda-se Irrigar duas vezes ao dia. A muda estará apta para o plantio definitivo em 8-10 meses, quando apresentar 60-120 cm de altura e 8-12 folhas definitivas. O aproveitamento das mudas é de 60%. Um plantio bem conduzido inicia a produção ao final do terceiro ano.

referêcia bibliográfica LORENZI, Harri. Palmeiras no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa (SP): Plantarum, 1996, p.140. | NETO, Manoel Castro. “Palma/ Dendê (Elaeis guineensis Jacq.)”. Publicação eletrônica. “Matérias-primas para biocombustíveis” | NUNES, C.D.M.; LIMA, D. De; CUNHA, R.N.V. “Germinação de sementes de dendê (Elaeis guineensis, Jacq.), utilizando o método de calor seco. IN “Instruções Técnicas”, Nº12. NOV/98: Embrapa. P.1-3 | Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária – SEAGRI/ BA

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